domingo, 14 de novembro de 2010

Retornos

Já não postava há mais de um ano por aqui... E decidi voltar, recuperar a escrita, o intercâmbio de ideias. Sei que abandonei meus leitores e isso me deixa amargurada... É como se você trouxesse um bonito vaso de plantas pra casa e, de repente, parasse de regar... (deprê). 

A questão é que, por um ano, ou até mais que isso, estava num processo de clausura pessoal, me resolvendo, decidindo os rumos que queria para a minha insignificante existência, buscando o tal do encantamento da vida, fazendo uma "ego trip". E nesse percurso, muitas foram as histórias... A primeira delas foi passar três meses em Londres. Ainda não disse por aqui que, se existem vidas passadas, eu vivi uma das outras por lá.  Eu totalmente pertenço àquele lugar. É mais que estar numa cidade diferente; é sentir que seu lugar é aquele e não todos os outros onde você já colocou os pés. 
Bom, foi pelo êstase londrino que optei por fazer a minha missão transitória lá por aquelas bandas (missão transitória, no Itamaraty, significa ir a trabalho para um dos postos no exterior por um curto período, geralmente nada que exceda um ano). Nesta terceira vez, pisei na cidade completamente sozinha, sem amigos, família ou namorado. A questão era me descobrir naquele pedaço de chão, sem interferências, decidindo o dia-a-dia a minha maneira. Foi surpreendente, pra dizer o mínimo. Meus dias eram de constante encantamento pelo lugar, pela vida que eu levava por lá, mas eu senti uma saudade enorme de quem eu deixei no Brasil. A distância me fez perceber o papel importante que algumas pessoas têm na minha vida, nos meus dias. O sentimento de sobrevivência, o viver "apesar de", foi muito grande em mim. (Este foi um dos exemplos de "no one's got it all" que encarei nos últimos meses. Aliás, escrevo mais sobre isso depois...) 
Encontrei o cabelereiro perfeito, me apaixonei pelo iogurte Müller Corner, tomava sempre um café com muffin no Nero, dava um rolé "every now and then" na Oxford Street, mas nada preenchia o vazio de não estar perto de algumas pessoas (tentei me tapear com vinho francês, Baileys, mas sem sucesso). Além da falta das pessoas,  a vida londrina me fez perceber também tudo aquilo de que não gosto em Brasília...
Bom, eu disse que foram várias as histórias nesse período de um ano, mas não vou contar todas elas de maneira direta... Elas vão aparecer aos poucos nos contos, nas discussões, nos poemas.  É só esperar pra ver. A questão agora é que eu quero regar as minhas plantas novamente. E quero um jardim como jamais tive antes.

4 comentários:

  1. vc realmente tem um q de londrina. e londres eh msm encantada. :) ansiosa pelas historias.

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  2. be my guest, Nat!!! é um prazer tê-la como leitora!
    inté! =)

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  3. ola Bianca,

    bom que vc voltou... estive tbm em londres e realmente é uma cidade maravilhosa... fiquei sabendo que vc casará. Muito bom!!! Espero que vc tenha exorcizado alguns fantasmas da relacao a dois. Por mais que tentações sejam fabulosas, o amor dedicado a uma pessoa é duradouro e transcendal...

    boa sorte nesta nova jornada!!!

    PS - Desculpe pelo anônimo, mas com certeza é de uma pessoa que te admira e que te gosta...

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  4. oi Anônimo,

    sim, vou me casar! inclusive, já estou blogando sobre isso (vamosfazer-umfilme.blogspot.com).

    bem, acho que eu nunca carreguei 'fantasmas' sobre os relacionamentos que tive; acho sim, que carreguei alguns 'príncipes', que não mereciam muito o título (hahahahahahahaha). aliás, com meu currículo de 7 namorados, posso dizer que finalmente cheguei à realidade do humano, saí das idealizações. penso, hoje, que isso é fundamental para construir a tal relação que vai seguir por muito tempo. é por isso também que decidi casar somente agora; não foi falta de proposta, mas sim falta de uma pessoa que entendesse a minha humanidade, que me amasse pelo que sou, não pela possibilidade. o mesmo aprendizado se aplica a mim.

    quanto à aplicação do amor a uma pessoa, sempre que me propus a isso, o fiz. realmente, é ótimo; duradouro, não sei. cada coisa tem a sua duração própria. numa relação a dois, ambos são responsáveis pela duração. os dois têm que cultivá-lo.

    quanto às tentações, elas estão pelo mundo. o que faz você crescer depende do que é feito com elas. cada um faz das tentações algo para ser melhor ou pior. para isso ser definido, se exige parâmetros e, na minha opinião, cada um cria os seus. e quem sou eu pra criticar os parâmetros alheios?

    agradeço a sorte desejada, mas acho que casamento não é questão de sorte, e sim de empenho.

    por fim, não entendo a não manifestação do nome. no entanto, entendo a falta de coragem em assumir-se. cada um carrega a sua porção de 'grilos', né?

    obrigada pela visita e pela contribuição.
    até! =)

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