terça-feira, 5 de agosto de 2008

De repente 30

Faz alguns dias, brigava por ir às festas no horário em que deveria estar voltando. Há bem pouco tempo, fantasiava meu primeiro beijo, com aqueles vários primeiros amores (e o primeiro foi num simpático desconhecido). Ainda ontem, fui morar fora de casa, sem saber cozinhar ou lavar. Sim, foi tudo de repente. E hoje tenho trinta anos. E? Sei lá. São tantos os comentários e cobranças que vêm com esta idade. E eu continuo sem saber, sem entender a importância. Nunca fui dada a seguir padrões, sempre quis questionar as regras, sempre quis saber os porquês. Isto eu continuo sem entender; não entendo a importância. A rapidez relativa da vida já me trouxe até aqui, resultando neste emaranhado de acontecimentos que definem o que sou hoje. Por acaso, no hoje tenho trinta. E não me sinto nem jovem, nem velha, nem tola, nem sábia; apenas me sinto. Sou a minha memória do que já vivi até aqui, até hoje. Coleciono em mim as várias Biancas obsoletas que, armazenadas, formam esse museu de acervo inconstante que sou. Nem tola, nem sábia, mas algo no meio. Nem preta, nem Bianca, mas algum tom de cinza: cinza-trinta.