sábado, 28 de abril de 2007

Irrealização

Os corpos não se encontraram num abraço. Os músculos não foram à falência. Mas os olhos se encontraram e, então, a interrupção. Como se o botão de pausa tivesse sido apertado, paramos. Interrompemos a nossa ânsia. Controlamos o que era incontrolável. E o que ficou foi a amarga saudade daquilo que não realizamos.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Marie, Mamãe


Hoje é aniversário da minha mãe. Marie nasceu pra ser mãe, mãe no verdadeiro sentido da palavra. Mas não nasceu pra ser mãe só das suas filhas. Marie é mãe dos amigos, mãe dos irmãos, mãe dos aflitos. Marie é mãe. Com capacidade infinita de amar, Marie cuida sem parar, sem medida, sem esperar nada em troca. Cuida porque ama. Simples assim. E ao se descobrir cada vez mais capaz, se torna cada vez mais humilde, sem reconhecer a grandiosidade do seu ser, da importância da sua existência pra existência dos seus filhos todos por aí. Marie, Maria, Mãe. Minha MÃE. Tenho muito orgulho de ser parte de você, de ser sua filha.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cinthia


Hoje é o aniversário de uma das minhas irmãs: Cinthia. De opinião firme, é uma das mulheres mais fortes que conheço. Um muro que não pode ser derrubado, um castelo majestoso que eterniza uma paisagem, uma fortaleza que oferece proteção. Assim é Cinthia pra mim, magnífica na sua força e beleza, além de protetora daqueles que ama. Ela guarda em si, como a ostra faz com a pérola, uma doçura inebriante, mantida para o acesso restrito daqueles que fazem por merecer. Espero sempre tê-la por perto, um dos grandes presentes que já ganhei nesta vida. Felicidade sempre!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Um Bom Caldo



Descobri uma nova terapia: o caldo. O que é o caldo? Reúne-se vários ingredientes de consistências distintas e, no fim de um processo, obtém-se uma mistura homogênea, quase liquefeita e de fácil ingestão. Fantástico! No fim de um longo dia, em que a saudade de tudo o que não está ao fácil alcance aperta, ele penetra de colherada em colherada, trazendo um bem-estar confortante, preenchendo os espaços de maneira sorrateira, deixando o corpo satisfeito. Um bom caldo. Era o que eu e Joana precisávamos. Deixamos o bom caldo cumprir seu papel ao fim de mais um dia sob o céu majestoso de Brasília.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Trégua

Uma guerra foi travada em setembro de 2006: Bianca vs. Brasília. Desde então, foram diversas as batalhas sob o sol firme do cerrado, passando também pelo período das chuvas incessantes. Brasília armou vários esquemas para dobrar a resistência de Bianca que, sempre que pôde, buscou aliados para auxiliá-la em sua defesa. Mas Brasília avançou: impôs a dificuldade da distância, Bianca descobriu os aeroportos; apresentou o problema no transporte aéreo, Bianca comprou lanche e revistas para os atrasos; aumento nas passagens aéreas, Bianca utiliza os cartões de fidelidade. E não parou por aí. Pelas ruas sem esquina, Bianca caminhou sem parar, enfrentando o árduo deslocamento entre as quadras que pareciam não ter fim, enquanto Brasília deu gargalhadas ao observá-la. Cansada, Bianca buscou a saída, mas a porta estava trancada, sem previsão de abertura. Chega. Está na hora de cessar esta guerra. Está na hora de conhecer o inimigo, aproximar-se dele e vencê-lo na sua fraqueza. Chega de resistência; a realidade é esta e deve ser vivida. Não há como postergar a vida. Não há como prosseguir lutando. Chega.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Protesto





Acordei revoltada com a vida, pronta para comprar qualquer briga. Depois de uma noite de choro, uma paralisação com passeata na Esplanada era o que eu precisava. Vesti camiseta preta, prendi o cabelo e me juntei aos meus companheiros servidores sem plano de carreira! Em meio a carros de som, apitos incessantes, sob um sol que não descansou, lá estava eu: briguenta, fedelha, exibindo minha cara de indignada. Sim! Estou indignada. Caminhei por toda a Esplanada pensando em todos os gritos que quero dar, por tudo aquilo que parece não dar certo, por todas as minhas tentativas de acerto que terminam em frustração. Estou indignada. Protesto.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Inauguração

Inicio aqui o que acho que vai funcionar como um desabafo da minha experiência vivendo em Brasília. Deixei família, amigos, colegas e quero que este blog sirva de ponte entre eles e eu. Através desta página, todos saberão um pouco mais sobre o que está acontecendo comigo e terão a chance de se manifestar.
O Memórias da Falsa Carioca no Cerrado surgiu a partir da minha necessidade de preencher meu tempo livre quando me mudei e abandonei o meu ofício favorito: lecionar. O tempo, que antes era curto, agora rende muito sem as tarefas para corrigir e as aulas para preparar. Hoje, ele já não rende tanto, mas escrever se tornou uma nova paixão.
Quanto ao nome que escolhi, acho que não precisa de muita explicação... Sou a "carioca" de coração, depois de tanto tempo vivendo entre Niterói e Rio de Janeiro, mas na verdade eu sou é fluminense.
Bem, inauguro aqui o meu espaço!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Procura-se...

Procura-se uma psicóloga que cobre pouco e que seja fantástica. Será que estou pedindo demais?! Ou será que sim, para conseguir qualidade eu terei que pagar caro (ou não pagar???!!!)? R$ 150 por sessão. Qual será a duração de uma sessão? Três horas? Bem, seria R$ 50 por hora, algo que eu posso pagar! Não... Seria somente uma horinha? Uma mísera horinha de papo? É muito pouco! Sim, eu falo muito e essa mísera horinha não serviria nem para o começo. Mas preciso de uma psicóloga. E por falar nisso, minha irmã também precisa de uma. E precisa de uma que cobre pouco e que seja fantástica. Por que precisamos disso? Por que precisamos pagar o preço dessa falsa amizade? Por que não conseguimos nos consertar? Peraí! Passei boa parte da minha vida querendo consertar tudo, resolver todos os problemas sozinha e olha o que eu consegui: eu preciso de conserto; conserto que eu não posso providenciar. Sim, vou pagar o conserto e quem sabe assim eu deixe de consertar o mundo. Custa caro tentar fazer tanto sozinha. Custa R$ 150 a sessão.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Viva a Fidelidade!




Tocou o despertador. Uma hora e dez minutos depois consegui cumprir a primeira tarefa do dia: sair da minha cama. Cheguei atrasada no trabalho e não tinha a menor disposição pra fazer qualquer coisa que requeresse mais que 1% da minha capacidade de raciocínio. Descobri a roda, ou melhor, o passatempo do dia: cartões de fidelidade. Sim! A fantástica invenção do tirar proveito do dinheiro que você gasta! Passei boa parte do tempo vasculhando tudo, cruzando informações e, no fim, consegui um dos meus trechos para o próximo feriado de graça! Vale a pena ser a "Garota-Fidelidade"! Sim, como é bom ser fiel! E em todos os sentidos. Viva a fidelidade!