Finalmente explorei um pouco mais o cerrado: conheci a cidade de Pirenópolis / GO. Enquanto passeava por lá, visitei o Museu da Cavalhada, uma casa simples, administrada por uma senhora já nos seus quase sessenta anos, que literalmente 'se vira' sozinha. O museu é uma espécie de legado que foi deixado pra ela pela falecida mãe. Dia após dia, ela tenta manter vivo o museu-sonho da mãe (ou 'filho-da-mãe', hehehe!), num esforço crescente que passa por falta de mão-de-obra, falta de espaço, falta de dinheiro. Mas ela permanece ali... Atendendo todos os dias, sozinha, os visitantes que lá aparecem, pedindo apenas a quantia de R$ 2,00 para manter o local. E ultimamente ela tem mais um obstáculo: está tendo que enfrentar aquela tecnophobia que deixa aflitos os seres humanos que nasceram antes da década de 40... Ela tem que aprender a usar um computador! E tudo vale a pena!
Aquela história me fez pensar em compromisso. Penso que comprometer-se está intimamente ligado a sacrifício e esforço, duas coisas que observei por lá, além do acervo. Ao agarrar o compromisso, faz-se a opção por trilhar um caminho que vai se estreitando, ficando pedregoso, difícil de administrar. Os obstáculos ficam cada vez maiores e a energia que se gasta para transpô-los, maior. Dizendo isso, não quero que pensem que sou contra compromissos, não. Sou contra os compromissos irracionais. Sim, porque se você vai se sacrificar e se esforçar, o compromisso deve, pelo menos, trazer o equilíbrio para este esquema. O sacrifício e o esforço em vão, penso eu, destroem uma vida. Será que escolhemos bem os nossos compromissos? Tanto gasto de energia tem que ser compensado. Isto pode estar soando egoísta, eu sei... Mas os comissários de bordo nos ensinam a primeiro colocar a máscara de oxigênio na gente, para depois auxiliarmos outras pessoas...