sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mais uma vez, fim!


Fim de mais um ano. E cada vez mais o tempo passa mais rápido. Este ano, especificamente, consolidou minha permanência no cerrado: me estabeleci no trabalho; conheço não só o Plano Piloto, mas também os arredores de Brasília; já digo "meu médico", "minha terapeuta" pra chamar os profissionais que me atendem em Brasília; comprei um armário pra colocar minhas roupas (Sim, até setembro eu guardava tudo em malas... Minha mãe disse que não volto mais para o Rio depois desta aquisição...); tenho conta na locadora de filmes da minha quadra; tenho lugares favoritos pra beber e comer (e já indico até itens dos cardápios para outras pessoas de Brasília!); meus sapatos já estão avermelhados da terra de Brasília (não é falta de limpeza; a terra vermelha daqui realmente impregna!); e, talvez o principal, fiz amigos. Sim, fiz amigos pelos quais já tenho um carinho enorme... Pessoas que, muitas vezes, assim como eu, buscam fazer amigos numa terra que não é a sua. Neste ano que passou, eu fiz amigos, apesar do meu curto tempo em Brasília!

Mas será que o tempo é importante? Quanto tempo é necessário pra marcar a vida de alguém? Se eu me mudasse de Brasília hoje, será que as pessoas comentariam nos círculos que freqüento sobre a minha breve existência por lá? Será que as pessoas já dizem: "A Bianca adora beber aqui! O que será que ela tá fazendo agora?" Pois é... Não sei! Só sei que eu já me lembro de algumas pessoas de lá quando faço coisas simples, como tomar um café expresso, ir ao cinema ou jogar video game. Acho que isso quer dizer que o tempo é algo muito relativo. Ele pode passar rápido pra uns, devagar pra outros; pode ser muito significante ou não representar nada de novo. E, ainda assim, permanece tempo. Tempo que passa, tempo que não volta. Tempo.



P.S.: Meu tempo agora é medido por uma ampulheta de terra vermelha. =)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Saudade

Um dia, cantaram essa música pra mim... Não sei o nome da música, nem o compositor, muito menos o intérprete, mas ela faz muito sentido. Decidi postá-la hoje, num momento de nostalgia, pisando no Rio de Janeiro novamente.

"Saudade até que é bom.
Melhor que caminhar vazio.
A esperança é um dom
que eu tenho em mim.
Eu tenho sim."

domingo, 2 de dezembro de 2007

One Art




Decidi postar este poema da Elizabeth Bishop, porque tenho pensado muito no desprendimento, aquilo que tanta gente aconselha que tenhamos; desprender-se das coisas, das pessoas, dos lugares... Será mesmo possível fazê-lo?
Caros leitores, com vocês a resposta de Mrs. Bishop!

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One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

--Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Tradução:
Uma Arte
A arte de perder não é difícil de aprender;
tantas coisas parecem feitas com o propósito
da perda, que o perdê-las não é desastre.


Perca algo a cada dia. Aceite o susto
de chaves perdidas, e a hora desperdiçada.
A arte de perder não é difícil de aprender.

Pratique perder mais coisas, perder mais rápido:
lugares, e nomes, e onde pensou passar as férias.
Nenhuma destas perdas trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. E olhe! A última,
ou a penúltima, de minhas três casas queridas se foi.
A arte de perder não é difícil de aprender.

Perdi duas cidades, tão deliciosas. E, pior,
alguns reinos que tive, dois rios, um continente.
Sinto falta deles, mas não foi um desastre.

--Até mesmo perder você (voz que ria, um gesto
que amo), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder não é tão difícil de aprender,
apesar de parecer (Escreva!) parecer um desastre.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

"I'd like a safety net, please."

A insegurança é uma disritmia, um defeito no marca-passo. Uma contra-dança, um tropeço no afã de acertar o passo. É um não-estar por medo do que está por estar. É um freio que impede o desenrolar natural das coisas. A insegurança bloqueia, traz angústia. Povoa o pensamento com idéias tantas vezes absurdas. Cria um universo paralelo. E não te permite habitá-lo. É um exagerar na farinha ou esquecer-se do fermento. Estar inseguro é estar prestes a sair correndo, é fugir antes que apareça o ladrão. Estar inseguro é não se bastar. E será possível bastar-se? As pessoas não serão sempre legais com você; isto é um fato. Mas não dá pra correr do fato de que, de certa forma, somos sempre um pouco escravos do que as mesmas pessoas-nem-sempre-legais pensam e sentem em relação a gente... E volta a disritmia.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Morrer

Inaugurando o mês de Novembro, aquele que já começa com um feriadinho chamado ‘Finados’, nada melhor do que falar sobre morrer. Você faz alguma idéia do que irá passar na sua frente caso morra hoje? Sim, sabe aquele segundo antes de morrermos, no qual (dizem) a vida de cada um passa como se fosse um filme? De acordo com o personagem do Kevin Spacey no filme ‘Beleza Americana’, este segundo se estende como um oceano de tempo. Ao escutar o que ele disse, concluí que nem tudo vai passar na sua frente, apenas o que for relevante. Segue aí o discurso dele ao final do filme. Leiam, reflitam, viajem... E como é difícil não se prender a este sopro que temos de vida. Só isso.

“I’d always heard your entire life flashes in front of your eyes the second before you die. First of all, that one second isn’t a second at all. It stretches on for ever like an ocean of time. For me, it was lying on my back at boys scout camp, watching falling stars. And yellow leaves from the maple trees that lined our street. Or my grandmother’s hands and the way her skin seemed like paper. And the first time I saw my cousin Tony’s brand new Firebird. And Janie… And Janie… And Carolyn. I guess I could be pretty pissed off about what happened to me, but it’s hard to stay mad when there’s so much beauty in the world. Sometimes I feel like I’m seeing it all at once and it’s too much. My heart fills up like a balloon that’s about to burst. And then I remember to relax and stop trying to hold on to it. And then it flows through me like rain and I can’t feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life. You have no idea what I’m talking about, I’m sure. But don’t worry. You will someday.”

(Sempre ouvi que sua vida inteira passa diante de seus olhos no segundo antes de você morrer. Primeiro, esse segundo não é um segundo mesmo. Ele se estende como um oceano de tempo. Pra mim, foi deitar no acampamento de escoteiros e ver estrelas caindo. E folhas amareladas das árvores ao longo da nossa rua. Ou as mãos da minha avó e como sua pele parecia papel. E a primeira vez que vi o Firebird zerinho do meu primo Tony. E Janie (sua filha)... E Janie... E Carolyn (sua esposa). Acho que eu podia estar muito puto com o que me aconteceu, mas é difícil ficar com raiva quando há tanta beleza no mundo. Ás vezes sinto que estou vendo tudo isso de uma só vez e é muita coisa. Meu coração se enche como um balão que vai estourar. E então me lembro de relaxar e paro de me prender a isso. E então tudo flui através de mim como a chuva e não consigo sentir nada além de gratidão por cada momento da minha vidinha estúpida. Você não deve fazer a mínima idéia do que estou falando, tenho certeza. Não se preocupe. Você vai, um dia.)

domingo, 28 de outubro de 2007

O Começo

Decidi postar um conto meu hoje... =)

Sentia por dentro que aquele seria o último encontro. Estava sentada, lendo o livro que acabara de comprar, o suco de abacaxi com hortelã quase no fim, quando ele se aproximou, agigantou-se ao seu lado. De sua cadeira o avistava e pensava que o tempo deveria parar, petrificando assim o toque em seu ombro. Sentiu o sangue mais uma vez ebulir, trazendo a sensação de plenitude que tantos buscam, mas que poucos encontram. Não é preciso ser sábio para perceber o toque da plenitude, mas é preciso ser muito estúpido para jogar tudo fora e desperdiçar o que é sublime (existem mais estúpidos que sábios na face da Terra). Levantou-se, pagou o suco.


Caminharam abraçados em direção à casa dele. Os passos descompassados pela diferença de altura sempre a fizeram se esforçar mais para acompanhá-lo. Ao entrar, seus olhos percorreram a sala e pôde perceber que poucas coisas mudaram de lugar. Lembrou-se, então, do bilhete que encontrou por acidente; sentiu que não fazia mais parte daquilo. Teve vontade de correr, sair de lá, mas terminou seguindo-o até o quarto, onde se abraçaram. Mais uma vez, foi lembrada de porque o amava; o conforto do abraço, o ebulir do sangue, um suspiro. Olhou a gaveta. Gaveta, bilhete. Sim, o bilhete. "Você também está se tornando importante prá mim." Também, importante. "Somos o casal do milênio." Casal. Também, importante, casal. Casal, também, importante. Uma dor aguda apertou-lhe o peito. Sabia que não podia cobrá-lo por nada. Sabia que não podia impedí-lo de nada. Nada. Nada era sua condição.


Chorou o choro da impotência e o apertou até sentir que seus braços não conseguiam mais. Ela não conseguia mais. Ela não podia mais nada. Nada. Mas barganhou, apostou na declaração do carinho e da atração que sentia por ele. Teve, então, o rosto segurado por duas mão frias e ouviu: "Eu seria louco se voltasse prá você agora." Nada era realmente a sua condição. Existem mais estúpidos na face da Terra que sábios. Também , importante, casal. Também, importante. Também sou importante. Recolheu sua bolsa, Crime e Castigo já estava debaixo do braço. Disse adeus. Ouviu: "Me ligue quando quiser." Buscou a porta. Sentiu por dentro que aquele seria o último encontro. Olhou para trás. Os pés estavam presos ao chão. Não conseguia jogar fora o que sentia. Existem mais estúpidos na face da Terra que sábios. Sim, precisava ser estúpida. É preciso ser estúpido para tornar-se sábio. Chorou e olhou a capa do livro. Ouviu: "Volte sempre. Sabe que tenho muito carinho por você." Carinho? Volte sempre? É, quem te ama vai te magoar. Crime e Castigo. Pensou mais uma vez na sua condição. Nada. Alcançou a saída do prédio. Chovia. E rumo ao nada seguiu.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Coisinhas...

Arrumava as minhas malas para aproveitar as minhas merecidas férias, separando o que era necessário do que era extremamente necessário, quando me peguei encontrando objetos carregados de memória. Sim. Sabe aquelas coisinhas que ficam guardadas nos fundos das gavetas ou esquecidas numa mala, ou, ainda, perdidas no armário? Pois é. Estou falando dessas coisinhas que carregam consigo histórias gigantes, momentos marcantes, de riso e de dor, e que, ao pegá-las, a gente sente uma corrente passando por dentro, seguindo direto para o cérebro e sente, então, bater mais forte o coração. E a gente senta, pasmado, vendo um filme passar e revive tudo o que, provavelmente, sofreu para sufocar. Ou, ainda, se enche de entusiasmo ao tocar o ingresso do show daquela banda, momento no qual você atingiu o êxtase cantando com as mãos para o alto. Ou aquela caneta que já não escreve mais, mas foi a cúmplice de tantos cartões escritos em nome de um amor que jamais acabaria. Aquela meia que já não tem mais o par, mas que já te aqueceu tantas vezes naquelas noites solitárias em frente à TV na sala de estar...
Nós temos um museu particular dentro das gavetas, malas e armários que nos permitem fazer memória da nossa história, reviver sentimentos e, talvez, entender um pouco mais o que somos e como chegamos até aqui. Por outro lado, pra caminhar pra frente, creio que seja necessário jogar fora algumas coisinhas ou armários inteiros. Penso que a nostalgia pode ser altamente maléfica para aqueles que precisam descobrir o novo, desbravar o futuro. Não acho razoável ficar apenas preso ao passado, colecionando estes objetos em caixas sem fim. Até mesmo porque, dentro dessas mesmas caixas, estão estocados amarguras e rancores, além das alegrias e fervores. Uma faxina de vez em quando é pra lá de necessária pra deixarmos o peso do passado pra trás e conseguirmos a leveza necessária para seguir adiante.
Não sei porquê, mas me veio um trecho de música cantada pela Maria Bethânia nesse momento... Vou colocá-lo aqui:
"Cada um de nós compõe a sua história
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz
e ser feliz."

domingo, 7 de outubro de 2007

Por onde anda você?

Por onde anda você?
Aquele que me decifra só com um olhar,
Que me faz companhia em pensamento,
Que me toca como se tudo fosse acabar.

Por onde anda você?
Que me ama por inteiro,
De janeiro a janeiro,
E me traz paz no caos e vice-versa,
Me diga onde.

Me diga onde,
Porque é aí que eu deveria estar,
Ocupando o meu espaço,
junto daquele que eu irei pra sempre amar...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Hipermétrope e Míope


Estava conversando com um amigo um dia desses e comentei sobre uma foto dele, na qual nada além de parte de seu sorriso aparecia. Fiz um elogio, mas ele replicou assim: "É... Até o que é imperfeito, a esta distância, parece perfeito." É, tudo depende da distância ideal. Não digo perto ou longe, mas ideal. Sabe quando a gente vai a uma mostra de quadros? Pois é, existe a distância ideal para observar cada quadro e isso significa nem tão longe, nem tão perto. E no cinema? É podre ter que ficar na primeira fila, quase quebrando o pescoço, porque chegou atrasado numa sessão muito disputada.

É isso. A distância muitas vezes possibilita a observação do todo, quando estamos longe. Quando vim parar aqui em Brasília, iniciei um processo muito doloroso de percepção, algo que só teve início porque me desloquei muito do ponto onde eu estava, do universo no qual estava imersa. E esta foi a distância perfeita para checar determinadas imperfeições, para perceber o desequilíbrio em algumas relações. Eu sofria de hipermetropia... E tinha duas opções: me distanciar ou usar os óculos certos. Bem, vocês já sabem que rumo eu tomei...

Por outro lado, a miopia também surge pra qualquer um... Chegar mais perto pode ser a solução em determinadas situações, porque viabiliza a detecção dos detalhes. E estes mesmos detalhes podem ser indispensáveis para a percepção equilibrada da realidade. Certas características pessoais são detectadas, incomodando ou fascinando, graças ao convívio. O exame minucioso de um copo pode revelar uma péssima lavagem... Ou que o copo simplesmente não é seu!

Bem, acredito que vale a pena aproveitar a mobilidade que temos para utilizarmos de maneira mais eficiente a nossa percepção do que está ao redor. Dar alguns passos pra frente ou pra trás podem propiciar uma visão menos desfocada. E creio que todos nós temos hipermetropia e miopia... Mas o fato é que a gente quase sempre percebe a necessidade dos óculos depois que já bateu com a testa em muitas paredes e portas por aí...

Silêncio

Um pouco de Depeche Mode hoje!!!

Enjoy the Silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Museu-sonho-da-mãe

Finalmente explorei um pouco mais o cerrado: conheci a cidade de Pirenópolis / GO. Enquanto passeava por lá, visitei o Museu da Cavalhada, uma casa simples, administrada por uma senhora já nos seus quase sessenta anos, que literalmente 'se vira' sozinha. O museu é uma espécie de legado que foi deixado pra ela pela falecida mãe. Dia após dia, ela tenta manter vivo o museu-sonho da mãe (ou 'filho-da-mãe', hehehe!), num esforço crescente que passa por falta de mão-de-obra, falta de espaço, falta de dinheiro. Mas ela permanece ali... Atendendo todos os dias, sozinha, os visitantes que lá aparecem, pedindo apenas a quantia de R$ 2,00 para manter o local. E ultimamente ela tem mais um obstáculo: está tendo que enfrentar aquela tecnophobia que deixa aflitos os seres humanos que nasceram antes da década de 40... Ela tem que aprender a usar um computador! E tudo vale a pena!
Aquela história me fez pensar em compromisso. Penso que comprometer-se está intimamente ligado a sacrifício e esforço, duas coisas que observei por lá, além do acervo. Ao agarrar o compromisso, faz-se a opção por trilhar um caminho que vai se estreitando, ficando pedregoso, difícil de administrar. Os obstáculos ficam cada vez maiores e a energia que se gasta para transpô-los, maior. Dizendo isso, não quero que pensem que sou contra compromissos, não. Sou contra os compromissos irracionais. Sim, porque se você vai se sacrificar e se esforçar, o compromisso deve, pelo menos, trazer o equilíbrio para este esquema. O sacrifício e o esforço em vão, penso eu, destroem uma vida. Será que escolhemos bem os nossos compromissos? Tanto gasto de energia tem que ser compensado. Isto pode estar soando egoísta, eu sei... Mas os comissários de bordo nos ensinam a primeiro colocar a máscara de oxigênio na gente, para depois auxiliarmos outras pessoas...

Voltei!



Caros leitores deste blog,




Passei por um mês muito atarefado... Tive que abandoná-los por não conseguir que um momento de reflexão coincidisse com um computador conectado à Internet, ou por não conseguir escrever algo que eu considerasse 'bom de ler'. Prefiro nada escrever do que decepcioná-los!!!


Bom, retorno a esta prática que aprecio tanto!




Aproveitem! Ou odeiem...




Esta foto não foi tirada no cerrado (que está extremamente seco nestes dias)... Este é um snapshot da minha rápida passagem por Salvador na semana passada.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Plano Piloto

Mais uma noite na rua. Mais uma noite aprendendo cada vez mais nas ruas de Brasília. Mais uma vez bebendo e conversando e ouvindo coisas interessantes que me fazem pensar... Lá estava eu bebendo frisante num bar muito cult com amigos; de assunto em assunto, chegou-se ao planejamento de Brasília. Um dos ocupantes da mesa explicou que Lúcio Costa, ao planejar a cidade, tinha em mente a criação de quadras que funcionariam como pequenas vilas, onde os moradores encontrariam tudo de que necessitassem à distância de uma curta caminhada. Lúcio imaginava que cada quadra teria escola, comércio local e diversão e que as pessoas precisassem de seus carros apenas para ir ao trabalho. Simples assim. Gargalhei. Gargalhei aquela gargalhada que aqueles que me conhecem sabem bem. Essa é uma excelente piada! Pobre Lúcio! Tão ingênuo! De onde quer que ele esteja nesse momento, deve estar profundamente decepcionado com os desvios do seu planejamento, com o rumo que o Plano Piloto tomou, com a necessidade extremada de um carro para fazer praticamente tudo nesta cidade.
Bem, esse papo regado a frisante me fez pensar sobre planejamentos... Passamos tanto tempo planejando, pensando e repensando, traçando planos e estratégias para, no fim das contas, percebermos que a vida simplesmente acontece. Enquanto gastamos nossos chips cerebrais com o árduo planejamento de nossas vidas, elas estão correndo, fluindo, escapando do aprisionamento que tentamos construir. Na verdade, a dinâmica da vida é difícil de ser cercada, retesada, freada, acelerada... Ela simplesmente acontece no seu tempo e a seu modo. Acredito que seja mais saudável desejar. Os desejos são guias, iluminam a caminhada, mas não impedem o movimento natural das coisas. Eles permitem as mudanças súbitas de rumo ou a parada total; permanecem lá e servem de inspiração. Inspirados pelos desejos, realizamos mais e ficamos menos frustrados, porque não estamos fechados num esquema que tem que dar certo. Desejando, não adiamos o viver, aproveitamos cada dia. Concluindo, deixo aqui um trecho de Luiz Fernando Veríssimo: ‘Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu’.

P.S.: Nesta foto estou em mais uma jornada exploratória no mundo das bebidas alcoólicas... Esse é o trifásico... Três vezes eficiente. Hic! Hic!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

'Ser' ou 'Estar': Eis a nova questão!

Sábado à noite. "Pista". Fato interessante: eu e Joana num apartamento cheio de gays. Sim, cheio deles... E há muito tempo não me sentia tão à vontade num local. Não, não pense que troquei de opção. A minha sensação de conforto vem de outro fator: as pessoas naquele local estavam sendo verdadeiras; estavam vivendo a verdade de sua opção; estavam na glória de sua essência. Fascinante. Não havia preconceito naqueles metros quadrados muito bem decorados... Qualquer um poderia ser o que é, sem medo de ser feliz! Pensando um pouco mais, fascinante e ao mesmo tempo triste... Sim, porque a impressão que tenho é que nem todas aquelas pessoas conseguem viver aquela verdade fora de alguns metros quadrados; nem todos nós conseguimos viver nossa autenticidade fora dos guetos que construímos ou que constroem para nós... São tantas as cobranças acerca do 'ser', que acabamos por optar em apenas 'estar' em determinadas situações, para que não soframos com a não-aceitação do nosso verdadeiro 'ser'. A cada dia que passa vejo com mais clareza que devemos lutar pela autenticidade, por mostrar quem somos e assumir com gosto o nosso 'ser'. Vale a pena 'ser'.
Bem, devaneios à parte, saí deste apartamento e fui para uma festa com Joana, Vinícius, Sandro e Gabriela. Me diverti muito: era o que eu precisava para recarregar o meu ânimo, a minha vontade de prosseguir. Nada melhor que dançar com os amigos, dançar músicas que eu adoro e curtir sem esperar nada além da deliciosa sensação causada pela liberdade de 'ser'. Não há melhor entorpecente que a liberdade de 'ser'... Pensando bem, vinho é páreo duro...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Dia dos Pais

Ontem foi dia dos pais. Há 12 anos esse dia me incomoda... Ao longo desse tempo tento desenvolver estratégias para fazer com que o dia passe, aliás, a época passe e eu não me machuque tanto com a falta do meu próprio pai. Dessa vez eu entrei num processo de alienação total no domingo: ouvi música, fiz faxina no meu quarto, vi dois filmes locados e não fui a qualquer restaurante ou shopping. Tudo para me manter longe do mundo que celebrava a presença dos pais.
Eu sei muito bem que esse é mais um dia eleito pela mídia para fazer com que as pessoas consumam mais, mas é o bombardeio sobre o assunto que me faz desmoronar. Meu pai faz muita falta; ele era um pai de verdade. E ouvir a cada dois minutos (às vezes até menos) que devemos celebrar este dia, é como se eu estivesse sendo lembrada na mesma freqüência da ausência do meu pai, da falta que ele faz. É horrível ter que encarar estes dias eleitos para comemorar a presença desta ou aquela pessoa na vida da gente, quando o que há é a ausência.
Fico pensando não só na minha angústia, mas na angústia de todos aqueles que não querem ser lembrados da ausência de alguém... Essas comemorações passam feito rolo compressor por cima de pessoas que, por um motivo ou outro, não têm o que comemorar. E então você pode me perguntar: "Mas por que você não celebra o pai maravilhoso que teve?" Respondo com outra pergunta: "Como celebrar a perda de alguém maravilhoso?" Não sei. Levar flores ao cemitério é triste demais para mim...
Pensando nestas comemorações é que me vem à cabeça uma frase que ouvi um dia desses: "Alguém tem que chorar para um outro sorrir." É verdade. E por isso me recolho na minha pequeninice, no cantinho do meu quarto, e choro baixinho para não superar as risadas do vizinho...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Vermes

Eu deveria escrever sobre vermes hoje. Sim, num acordo feito na mesa de um bar, comemorando o meu aniversário, topei escrever sobre vermes. Vocês sabiam que eles são os únicos seres capazes de serem sempre monogâmicos? Sim, porque, ao escolherem o parceiro, macho e fêmea se fundem. Parece papo de boteco mesmo, né? Pois é... Deixando de lado a veracidade ou não desta informação, o que vale é que elas se fundem, se fodem, são um. Lindo isso!!! Os vermes são lindos. Ao invés de serem dois, tornam-se apenas um. E eu que achava que o número um fosse o mais solitário... Mas há pluralidade no um. Existem dois no um. Fico pensando se é realmente possível essa fusão; dois parceiros que se encontram, se completam, se fundem... Fico pensando na possibilidade disso ser a chave para uma relação que dê certo. Apesar de serem dois, tornarem-se um, sem deixar de serem seres individuais. Complicado isso, à primeira vista, mas razoável após uma ponderação mais racional. Essa solução me parece boa porque, ao vermos essa unidade e percebermos que fazemos parte de algo maior, preservamos isso. Magoaremos menos e respeitaremos mais. Acusaremos menos e assumiremos mais. É, os vermes têm mesmo muito a ensinar para os meros seres humanos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Please, take me back to the start.

Hoje acordei querendo voltar no tempo: queria uma máquina que conseguisse rebobinar minha vida. Queria voltar para o começo do meu findo relacionamento amoroso... Lá onde tudo começou não havia mágoa, ressentimento, impaciência, só havia esperança e a chance de fazer tudo certo. Aliás, o que é certo? O que é errado? Hoje, a impressão que tenho é que fiz tudo errado; e tudo parecia tão certo tempos atrás. O desejo de hoje, de voltar no tempo, é o desejo de ter uma chance de fazer diferente, de talvez aproveitar o crescimento de hoje para acertar no que já passou. Não consigo desligar meus pensamentos quanto às possibilidades impossíveis. Sim, impossíveis. Porque, embora crescemos com a experiência, não seremos outras pessoas. Não dá para comprar uma nova essência no mercado ou na padaria: somos quem somos. E talvez se fosse possível o tal retorno para o começo, agiríamos praticamente da mesma forma. Acredito que poucas coisas seriam diferentes: talvez um julgamento ou outro, mais paciência com os problemas, menos tolerância com a falta de respeito. E talvez estas poucas coisas fariam a diferença... Bem, nunca vamos saber! Nunca conseguirei a tal máquina, portanto nunca rebobinarei minha vida! Então, porque pensar nisso e desejar algo impossível? É melhor olhar para a frente, olhar para o hoje, porque isso é possível. Precisamos procurar as possibilidades possíveis e gastar nossa energia na construção da continuação da nossa história. O que passou, passou. Gone with the wind.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Complô Interno

Estava lendo o blog de um amigo e li o seguinte: "Memórias são involuntárias." Sim. As filhas-da-mãe das memórias surgem quando você menos espera. Ou pior: quando você não esperava e queria que elas já estivessem extintas, retornam como um elemento de tortura. Sim, elas surgem como se nosso cérebro (outro filho-da-mãe) estivesse de sacanagem com a gente, como se houvesse um grande complô interno contra a nossa capacidade de resistir. Sim, porque as memórias vêm e minam a nossa resistência, teimam em quebrar aquele muro que tentamos construir colocando um mísero tijolinho por dia. E, o que fazer? Bem, estou aceitando sugestões... Deixem suas contribuições, por favor!

terça-feira, 31 de julho de 2007

Dia Difícil

Depois de tudo, é isso o que eu quero dizer... Faço minhas as palavras de Nancy Wilson:

I Wish You Love
(by Nancy Wilson)

Goodbye, no use living with our sins
This is where our story ends
Never lovers, ever friends
Goodbye, let our hearts call it a day
But before you walk away
I sincerely want to say

I wish you bluebirds in the spring
To give your heart a song to sing
And then a kiss but more than this
I wish you love
And in July a lemonade
To cool you in some leafy glade
I wish you health and more than wealth
I wish you love

My breaking heart and I agree
That you and I could never be
So with my best, my very best
I set you free
I wish you shelter from the storm
A cozy fire to keep you warm
But most of all when snowflakes fall
I wish you love

My breaking heart and I agree
that you and I could never be
So with my best, my very best, I set you free
I wish you shelter from the storm
A cozy fire to keep you warm
But most of all when snowflakes fall
I wish you love ...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

E a Falsa Carioca volta para o Cerrado...

Suspensão da greve. Estou de volta à Brasília. Desta vez, foi tudo diferente: voltei de ônibus, voltei no meio do fim de semana, voltei sozinha mesmo. As referências todas se diluíram; nada mais será como antes. Nada.

sábado, 28 de julho de 2007

À República Tropicália





Escrevo aqui minha homenagem à República Tropicália! Esta casa é um verdadeiro exemplo de fonte de amizade, crescimento e dedicação. Pude acompanhar algumas fases nas três últimas sedes e afirmo que sinto um carinho muito grande pelas meninas de ontem e de hoje. Não importa quando, elas sempre me recebem de braços abertos. E eu sempre quero voltar pra lá! Meninas, obrigado por me receberem e me trazerem tanta energia boa! Vocês são inesquecíveis!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Diversão Garantida!


Passei o dia com minha mãe Marie, minha irmã Claudinha e minha tia Luciene. Nos divertimos muito em meio a caminhos quase desconhecidos pelo imenso Rio de Janeiro, lojas de roupas e um café expresso com pretzel!!! É tão bom conseguir diversão sem medo de ser feliz! Só faltou a minha irmã Cinthia que me fez rir muito no início da madrugada via MSN. Amo muito estas pessoas! Obrigada por vocês existirem!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Sonhos e Pesadelos

Acredito que a maior parte das pessoas concorde que sonhar é extremamente necessário para atingirmos objetivos. Afinal de contas, é sonhando que visualizamos onde queremos chegar, o que queremos conseguir. Mas, até que ponto os sonhos realmente ajudam? Minha psicóloga disse (Sim! Consegui uma que eu conseguisse pagar!) que o ser humano não consegue sobreviver sem ter sonhos. Ele morre mais rápido sem sonhos do que sem água ou comida. Os sonhos são vitais... Mas, e quando os sonhos se tornam pesadelos? E quando, ao invés de servirem de seiva para o organismo, viram veneno mortal? Sim, eles nem sempre simbolizam a marca da chegada; numa virada desconcertante, aquele sonho fantástico passa a ser um pesadelo, um "caixote" dado pelo mar, que arrasta o rosto na areia e faz com que você perca a noção de direção. O pesadelo pisa no seu castelinho. Neste momento, perde-se o sonho, a certeza, a esperança. Resta apenas você e sua capacidade de sonhar de novo. E é aí que a maioria abandona esta atividade vital. Prefere-se lidar com a realidade e esquecer de sonhar, desaprender o ofício mesmo. Porém, acredito que enfrentar os pesadelos seja melhor do que deixar de sonhar. Porque quando a gente sonha, a gente sabe o que quer. Viver sem sonhar, esperando pelo que a realidade vai entregar, é muito triste. É melhor não conseguir o que se quer, do que não saber o que se quer ou nada querer.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Calma, Bianca!


Paciência. Achei por um bom tempo da minha vida que conseguia cultivar isso. Achei que, por conseguir lecionar, sem enlouquecer com as repetidas explicações e a permanência das interrogações nos rostos dos alunos, eu era a rainha da paciência. Quer saber? Enxergo que foi tudo um grande engano. Acredito hoje que o sentimento que eu nutria, na verdade, era o gosto pelo desafio. Sou viciada em dificuldade. Não importava quantas vezes eu tivesse que explicar, o que interessava era o teste: de quantas maneiras diferentes eu era capaz de explicar o mesmo assunto. Hoje, vejo que persisto pelo vício do desafio e sofro por ter que ser paciente. A ansiedade, uma broca que trabalha silenciosamente dentro de mim, consegue quase que extirpar a pouca capacidade que tenho para esperar. Não é fácil ficar numa fila. Não é fácil encarar uma sala de espera. Não é fácil ficar em stand by. Não é fácil ter que aguardar uma decisão. Não é fácil saber que o tempo é o melhor remédio.

sábado, 14 de julho de 2007

Pensar na Vida

Existem dias em que me sinto no piloto automático: acordo, escovo os dentes, tomo banho, me alimento, trabalho, durmo. As coisas simplesmente acontecem, o tempo passa e, apesar de estar fazendo tudo, o cérebro parece não estar realmente trabalhando; não há crítica, não há reflexão. Esses dias são definitivamente mais fáceis; cumprimos as tarefas básicas, nos mantemos vivos. Mas perdemos tempo, tempo caro, tempo que não volta mais. Quanto mais ficamos neste tal piloto automático, menos questionamos essa rotina porcaria, baseada no procedimento padrão, e perdemos um tempo precioso de vida que está na contagem regressiva. Acredito sim que existem rotinas fantásticas... Mas ainda assim, creio que seja necessário, entre um banho e outro, pensar naquilo que estamos fazendo com nossas vidas, com as vidas daqueles que estão por perto. Um café da manhã pode ser um verdadeiro brainstorming de idéias para fazer com que nossas vidas sejam realmente cheias de vida. Sim, eu sei que cansa, é estressante pensar na vida. Porém, não custa tanto assim. Custa mais deixar a vida rolar, mesmo insatisfeito. Custa caro perder esse tal de tempo de vida que nos foi dado.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nostalgia

Fui visitar a minha vó! Sim, há muito tempo eu sentia uma vontade enorme de ver a Juju de pertinho e abraçá-la bem apertado. E consegui fazer isso; ao chegar lá, abri o portão (que nunca fica trancado) e já ia gritando "Vóóóó!!!!" (coisa que faço desde que me lembro da primeira visita à minha avó), quando ela abriu a porta por simples transmissão de pensamento! Que doce coincidência, que doce e sublime conexão. As vós são segundas mães e não é à toa que a gente se sente muito ligado à elas. Sempre pude contar com a presença das minhas duas avós e me lembro de achar estranho não ter um avô por perto. Sim, eu infelizmente não convivi com nenhum deles por motivos diversos, então só tive o prazer de curtir as minhas avós. As duas sempre foram muito diferentes, por isso acredito que isso somente enriqueceu a minha experiência. A Vó Nina já faleceu há quase dez anos, mas deixou um navio de recordações gostosas: doce de moranga, arroz doce, bolinho de chuva, almoço no domingo ao som de Julio Iglesias, cheirinho de talco depois do banho, cartões de aniversário cheios de inspiração, programa Silvio Santos no domingo. Ai que saudade! Sempre foi muito disciplinadora e não permitia bagunça, mas sempre contava histórias sobre sua vida. Já a Vó Jurema (ou Juju) sempre foi a vó que deixava que os netos fizessem tudo! Sua casa era o paraíso para a bagunça. Ainda me lembro, como se fosse hoje, das portas de armários abertas, sofás e poltronas fora do lugar, de usar os sapatos de salto dela, de correr pelo quintal cheio de grama e árvores, de quase colocar fogo na garagem, fazer enterro simbólico do cachorro, enfim, de curtir muito a minha criancice sem limite junto com as minhas irmãs. Como era bom! Além de 'aprontar', aprendemos a costurar e a fazer tricô e crochê. Bons tempos... Olhei pra Juju e vi um filminho passar... Deu uma vontade enorme de deitar com a cabeça no colo dela e curtir o cafuné que ela sempre fez tão bem. Não deu tempo de curtir isso, mas a gente tomou café juntas e assistiu ao jogo do Brasil; torcemos, ficamos nervosas e tomamos água com açúcar juntas para aliviar a tensão da disputa dos pênaltis. Amo muito a minha vó. Sinto muito a falta dela. Ao ir embora, fiquei observando ela fazer o que sempre fez: acenou em pé junto ao portão até o carro sumir na esquina.

domingo, 8 de julho de 2007

VR aqui vou eu!




É isso aí: estou em Volta Redonda, minha cidade natal! Volta às origens, volta à família, volta ao início da jornada. Uma volta redonda; um ciclo. É nesta cidade que fui concebida, quase planejada, recebi as instruções básicas de sobrevivência e hoje volto para recarregar a bateria com a energia vital do meu ponto zero.

sábado, 7 de julho de 2007

Noite das Meninas!

Hoje aconteceu um encontrão bom demais!!! Minhas 'former workmates' e amigas saíram comigo; fomos para o mesmo batlocal de sempre (Warm Up) para brindar o nosso reencontro. Stella, Vera (operada!), Gizele, Jenny, Thais, Roberta e eu nos divertimos muito, colocamos as novidades em dia e bebemos, é claro! Foi inspirador!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Sorria!!!


Como é bom sorrir! Sorrir e mostrar todos os dentes, deixando aparente toda a satisfação que flui de dentro e desabrocha nos lábios! O sorriso sincero é poderoso e contagiante: não há quem resista. Sim, olhe para a foto e sorria! E também ria! Vamos rir o riso da vida; rir da vida. É preciso parar para rir das coisas e das pessoas, permitir o gargalhar que faz o corpo chacoalhar até ficar solto e relaxado. É se divertindo que a gente consegue levar a vida a sério!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Aula de Economia

Início de mais um mês. Contas para pagar. A vida quase nunca é gratuita; existem preços que são opcionais, mas insistimos em pagar alguns deles. Insistimos em manter os gastos com prazeres quase instantâneos, pagamos um alto preço por raros e curtos momentos de felicidade. Sabemos que o custo vai além daquilo que podemos empenhar e, mesmo assim, insistimos. Passamos por momentos humilhantes, somos esquecidos ou ignorados, encaramos metamorfoses forçadas, enfim, buscamos ser o que não somos, apagar o que somos e aceitar as regras de um jogo no qual não vamos ganhar. Sim, porque não aceitar o que se é e buscar o que se não é nunca trará vitória para si próprio. Máscaras caem, nunca serão fixas. Então porque tentar isto para ser feliz por talvez duas horas por mês? É um preço muito alto por muito pouco. Merecemos mais, muito mais. Existem saídas mais econômicas que permitem a autenticidade. Diga sim ao corte dos gastos.

sábado, 30 de junho de 2007

Antibiótico Certeiro


Um abraço amigo. Esse é o melhor antibiótico contra algumas bactérias dessa vida: mal humor, desânimo, tristeza... O aconchego sem dívida nos braços do amigo já promove um instantâneo combate e não há mal que resista! Mas esse antibiótico só funciona mesmo se for amizade verdadeira. Aliás, amigos de verdade são uma experiência imperdível pra vida; eles estão com você sem exigir nada em troca, dizem o que você precisa ouvir e escutam o que você tem pra dizer. Além disso, não estão por perto por obrigação; eles escolheram a sua companhia! Amizade de verdade não tem preço; é o antibiótico mais caro e mais certeiro que existe!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

De Volta ao Rio!

É isso mesmo. A falsa carioca decidiu fazer greve no Rio de Janeiro e não em Brasília! Vou aproveitar o momento para ficar perto da minha família, amigos e namorado. Quem sabe este blog não fica ainda mais inspirado, hein?!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Viva Clarice!

"O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.

Não me entendo e ajo como se me entendesse."
(Clarice Lispector)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Um Brinde à Crise!


A crise existe, isto é fato. Como uma máquina que pifa. Mas nem sempre há a vontade de pegar o que está em crise e colocar no ácido, esperando o brotar do recomeço. A crise vem pra apontar os defeitos, fazer chorar, mostrar os erros, mas traz consigo uma caixa com escolhas a serem feitas. Chega de usar óculos escuros e carregar um projeto de sorriso no rosto. Não estamos bem. A máquina não funciona mais.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Basta!

Colocar um ponto final nas coisas é extremamente necessário. Estabelecer o final das coisas, o seu limite, dizer que não há continuação. Sim, o ponto final existe para ser aplicado! Aliás, é usando o ponto final que delimitamos as histórias, todas as histórias. Sim, porque não há história sem fim, boa ou ruim. As histórias precisam terminar para que outras comecem. Não aplicar o ponto final é tentar evitar o final e enrolar um roteiro que, depois de muita postergação, fica chato, massante, enfim, se torna um brontossauro desmaiado sendo carregado nas costas. Ninguém suporta história enrolada que não acaba, né? Ao fim das histórias! Viva o ponto final!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Esvaziamento

Vazia. Estou completamente vazia. Não sobrou qualquer sentimento pra contar a história. Respiro e não sinto nada. O olhar está vazio. Estou vazia. Mais ainda há a vaza. Ainda tenho algo pra dar.

sábado, 28 de abril de 2007

Irrealização

Os corpos não se encontraram num abraço. Os músculos não foram à falência. Mas os olhos se encontraram e, então, a interrupção. Como se o botão de pausa tivesse sido apertado, paramos. Interrompemos a nossa ânsia. Controlamos o que era incontrolável. E o que ficou foi a amarga saudade daquilo que não realizamos.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Marie, Mamãe


Hoje é aniversário da minha mãe. Marie nasceu pra ser mãe, mãe no verdadeiro sentido da palavra. Mas não nasceu pra ser mãe só das suas filhas. Marie é mãe dos amigos, mãe dos irmãos, mãe dos aflitos. Marie é mãe. Com capacidade infinita de amar, Marie cuida sem parar, sem medida, sem esperar nada em troca. Cuida porque ama. Simples assim. E ao se descobrir cada vez mais capaz, se torna cada vez mais humilde, sem reconhecer a grandiosidade do seu ser, da importância da sua existência pra existência dos seus filhos todos por aí. Marie, Maria, Mãe. Minha MÃE. Tenho muito orgulho de ser parte de você, de ser sua filha.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cinthia


Hoje é o aniversário de uma das minhas irmãs: Cinthia. De opinião firme, é uma das mulheres mais fortes que conheço. Um muro que não pode ser derrubado, um castelo majestoso que eterniza uma paisagem, uma fortaleza que oferece proteção. Assim é Cinthia pra mim, magnífica na sua força e beleza, além de protetora daqueles que ama. Ela guarda em si, como a ostra faz com a pérola, uma doçura inebriante, mantida para o acesso restrito daqueles que fazem por merecer. Espero sempre tê-la por perto, um dos grandes presentes que já ganhei nesta vida. Felicidade sempre!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Um Bom Caldo



Descobri uma nova terapia: o caldo. O que é o caldo? Reúne-se vários ingredientes de consistências distintas e, no fim de um processo, obtém-se uma mistura homogênea, quase liquefeita e de fácil ingestão. Fantástico! No fim de um longo dia, em que a saudade de tudo o que não está ao fácil alcance aperta, ele penetra de colherada em colherada, trazendo um bem-estar confortante, preenchendo os espaços de maneira sorrateira, deixando o corpo satisfeito. Um bom caldo. Era o que eu e Joana precisávamos. Deixamos o bom caldo cumprir seu papel ao fim de mais um dia sob o céu majestoso de Brasília.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Trégua

Uma guerra foi travada em setembro de 2006: Bianca vs. Brasília. Desde então, foram diversas as batalhas sob o sol firme do cerrado, passando também pelo período das chuvas incessantes. Brasília armou vários esquemas para dobrar a resistência de Bianca que, sempre que pôde, buscou aliados para auxiliá-la em sua defesa. Mas Brasília avançou: impôs a dificuldade da distância, Bianca descobriu os aeroportos; apresentou o problema no transporte aéreo, Bianca comprou lanche e revistas para os atrasos; aumento nas passagens aéreas, Bianca utiliza os cartões de fidelidade. E não parou por aí. Pelas ruas sem esquina, Bianca caminhou sem parar, enfrentando o árduo deslocamento entre as quadras que pareciam não ter fim, enquanto Brasília deu gargalhadas ao observá-la. Cansada, Bianca buscou a saída, mas a porta estava trancada, sem previsão de abertura. Chega. Está na hora de cessar esta guerra. Está na hora de conhecer o inimigo, aproximar-se dele e vencê-lo na sua fraqueza. Chega de resistência; a realidade é esta e deve ser vivida. Não há como postergar a vida. Não há como prosseguir lutando. Chega.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Protesto





Acordei revoltada com a vida, pronta para comprar qualquer briga. Depois de uma noite de choro, uma paralisação com passeata na Esplanada era o que eu precisava. Vesti camiseta preta, prendi o cabelo e me juntei aos meus companheiros servidores sem plano de carreira! Em meio a carros de som, apitos incessantes, sob um sol que não descansou, lá estava eu: briguenta, fedelha, exibindo minha cara de indignada. Sim! Estou indignada. Caminhei por toda a Esplanada pensando em todos os gritos que quero dar, por tudo aquilo que parece não dar certo, por todas as minhas tentativas de acerto que terminam em frustração. Estou indignada. Protesto.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Inauguração

Inicio aqui o que acho que vai funcionar como um desabafo da minha experiência vivendo em Brasília. Deixei família, amigos, colegas e quero que este blog sirva de ponte entre eles e eu. Através desta página, todos saberão um pouco mais sobre o que está acontecendo comigo e terão a chance de se manifestar.
O Memórias da Falsa Carioca no Cerrado surgiu a partir da minha necessidade de preencher meu tempo livre quando me mudei e abandonei o meu ofício favorito: lecionar. O tempo, que antes era curto, agora rende muito sem as tarefas para corrigir e as aulas para preparar. Hoje, ele já não rende tanto, mas escrever se tornou uma nova paixão.
Quanto ao nome que escolhi, acho que não precisa de muita explicação... Sou a "carioca" de coração, depois de tanto tempo vivendo entre Niterói e Rio de Janeiro, mas na verdade eu sou é fluminense.
Bem, inauguro aqui o meu espaço!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Procura-se...

Procura-se uma psicóloga que cobre pouco e que seja fantástica. Será que estou pedindo demais?! Ou será que sim, para conseguir qualidade eu terei que pagar caro (ou não pagar???!!!)? R$ 150 por sessão. Qual será a duração de uma sessão? Três horas? Bem, seria R$ 50 por hora, algo que eu posso pagar! Não... Seria somente uma horinha? Uma mísera horinha de papo? É muito pouco! Sim, eu falo muito e essa mísera horinha não serviria nem para o começo. Mas preciso de uma psicóloga. E por falar nisso, minha irmã também precisa de uma. E precisa de uma que cobre pouco e que seja fantástica. Por que precisamos disso? Por que precisamos pagar o preço dessa falsa amizade? Por que não conseguimos nos consertar? Peraí! Passei boa parte da minha vida querendo consertar tudo, resolver todos os problemas sozinha e olha o que eu consegui: eu preciso de conserto; conserto que eu não posso providenciar. Sim, vou pagar o conserto e quem sabe assim eu deixe de consertar o mundo. Custa caro tentar fazer tanto sozinha. Custa R$ 150 a sessão.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Viva a Fidelidade!




Tocou o despertador. Uma hora e dez minutos depois consegui cumprir a primeira tarefa do dia: sair da minha cama. Cheguei atrasada no trabalho e não tinha a menor disposição pra fazer qualquer coisa que requeresse mais que 1% da minha capacidade de raciocínio. Descobri a roda, ou melhor, o passatempo do dia: cartões de fidelidade. Sim! A fantástica invenção do tirar proveito do dinheiro que você gasta! Passei boa parte do tempo vasculhando tudo, cruzando informações e, no fim, consegui um dos meus trechos para o próximo feriado de graça! Vale a pena ser a "Garota-Fidelidade"! Sim, como é bom ser fiel! E em todos os sentidos. Viva a fidelidade!