quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Morrer

Inaugurando o mês de Novembro, aquele que já começa com um feriadinho chamado ‘Finados’, nada melhor do que falar sobre morrer. Você faz alguma idéia do que irá passar na sua frente caso morra hoje? Sim, sabe aquele segundo antes de morrermos, no qual (dizem) a vida de cada um passa como se fosse um filme? De acordo com o personagem do Kevin Spacey no filme ‘Beleza Americana’, este segundo se estende como um oceano de tempo. Ao escutar o que ele disse, concluí que nem tudo vai passar na sua frente, apenas o que for relevante. Segue aí o discurso dele ao final do filme. Leiam, reflitam, viajem... E como é difícil não se prender a este sopro que temos de vida. Só isso.

“I’d always heard your entire life flashes in front of your eyes the second before you die. First of all, that one second isn’t a second at all. It stretches on for ever like an ocean of time. For me, it was lying on my back at boys scout camp, watching falling stars. And yellow leaves from the maple trees that lined our street. Or my grandmother’s hands and the way her skin seemed like paper. And the first time I saw my cousin Tony’s brand new Firebird. And Janie… And Janie… And Carolyn. I guess I could be pretty pissed off about what happened to me, but it’s hard to stay mad when there’s so much beauty in the world. Sometimes I feel like I’m seeing it all at once and it’s too much. My heart fills up like a balloon that’s about to burst. And then I remember to relax and stop trying to hold on to it. And then it flows through me like rain and I can’t feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life. You have no idea what I’m talking about, I’m sure. But don’t worry. You will someday.”

(Sempre ouvi que sua vida inteira passa diante de seus olhos no segundo antes de você morrer. Primeiro, esse segundo não é um segundo mesmo. Ele se estende como um oceano de tempo. Pra mim, foi deitar no acampamento de escoteiros e ver estrelas caindo. E folhas amareladas das árvores ao longo da nossa rua. Ou as mãos da minha avó e como sua pele parecia papel. E a primeira vez que vi o Firebird zerinho do meu primo Tony. E Janie (sua filha)... E Janie... E Carolyn (sua esposa). Acho que eu podia estar muito puto com o que me aconteceu, mas é difícil ficar com raiva quando há tanta beleza no mundo. Ás vezes sinto que estou vendo tudo isso de uma só vez e é muita coisa. Meu coração se enche como um balão que vai estourar. E então me lembro de relaxar e paro de me prender a isso. E então tudo flui através de mim como a chuva e não consigo sentir nada além de gratidão por cada momento da minha vidinha estúpida. Você não deve fazer a mínima idéia do que estou falando, tenho certeza. Não se preocupe. Você vai, um dia.)

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