sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Hipermétrope e Míope


Estava conversando com um amigo um dia desses e comentei sobre uma foto dele, na qual nada além de parte de seu sorriso aparecia. Fiz um elogio, mas ele replicou assim: "É... Até o que é imperfeito, a esta distância, parece perfeito." É, tudo depende da distância ideal. Não digo perto ou longe, mas ideal. Sabe quando a gente vai a uma mostra de quadros? Pois é, existe a distância ideal para observar cada quadro e isso significa nem tão longe, nem tão perto. E no cinema? É podre ter que ficar na primeira fila, quase quebrando o pescoço, porque chegou atrasado numa sessão muito disputada.

É isso. A distância muitas vezes possibilita a observação do todo, quando estamos longe. Quando vim parar aqui em Brasília, iniciei um processo muito doloroso de percepção, algo que só teve início porque me desloquei muito do ponto onde eu estava, do universo no qual estava imersa. E esta foi a distância perfeita para checar determinadas imperfeições, para perceber o desequilíbrio em algumas relações. Eu sofria de hipermetropia... E tinha duas opções: me distanciar ou usar os óculos certos. Bem, vocês já sabem que rumo eu tomei...

Por outro lado, a miopia também surge pra qualquer um... Chegar mais perto pode ser a solução em determinadas situações, porque viabiliza a detecção dos detalhes. E estes mesmos detalhes podem ser indispensáveis para a percepção equilibrada da realidade. Certas características pessoais são detectadas, incomodando ou fascinando, graças ao convívio. O exame minucioso de um copo pode revelar uma péssima lavagem... Ou que o copo simplesmente não é seu!

Bem, acredito que vale a pena aproveitar a mobilidade que temos para utilizarmos de maneira mais eficiente a nossa percepção do que está ao redor. Dar alguns passos pra frente ou pra trás podem propiciar uma visão menos desfocada. E creio que todos nós temos hipermetropia e miopia... Mas o fato é que a gente quase sempre percebe a necessidade dos óculos depois que já bateu com a testa em muitas paredes e portas por aí...

3 comentários:

  1. observo que continuas cegas... lol

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  2. Odeio sentar na primeira fileira do cinema!
    E gosto de, em certas ocasiões, ficar a uma certa distância do evento em questão...pois me permite observar o local e as pessoas de uma maneira muito mais eficaz...A distância certa costuma nos permitir ter uma visão menos distorcida das coisas, e consequentemente que corresponda mais à realidade.

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  3. Oi, Anônimo.
    Sim, eu continuo cega!
    Aliás, creio que todos nós sejamos cegos, e em diferentes níveis. Ninguém detém o conhecimento total sobre tudo.
    Somos todos cegos. E por isso é preciso apalpar...
    Hehehehehehehehe!

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