quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nostalgia

Fui visitar a minha vó! Sim, há muito tempo eu sentia uma vontade enorme de ver a Juju de pertinho e abraçá-la bem apertado. E consegui fazer isso; ao chegar lá, abri o portão (que nunca fica trancado) e já ia gritando "Vóóóó!!!!" (coisa que faço desde que me lembro da primeira visita à minha avó), quando ela abriu a porta por simples transmissão de pensamento! Que doce coincidência, que doce e sublime conexão. As vós são segundas mães e não é à toa que a gente se sente muito ligado à elas. Sempre pude contar com a presença das minhas duas avós e me lembro de achar estranho não ter um avô por perto. Sim, eu infelizmente não convivi com nenhum deles por motivos diversos, então só tive o prazer de curtir as minhas avós. As duas sempre foram muito diferentes, por isso acredito que isso somente enriqueceu a minha experiência. A Vó Nina já faleceu há quase dez anos, mas deixou um navio de recordações gostosas: doce de moranga, arroz doce, bolinho de chuva, almoço no domingo ao som de Julio Iglesias, cheirinho de talco depois do banho, cartões de aniversário cheios de inspiração, programa Silvio Santos no domingo. Ai que saudade! Sempre foi muito disciplinadora e não permitia bagunça, mas sempre contava histórias sobre sua vida. Já a Vó Jurema (ou Juju) sempre foi a vó que deixava que os netos fizessem tudo! Sua casa era o paraíso para a bagunça. Ainda me lembro, como se fosse hoje, das portas de armários abertas, sofás e poltronas fora do lugar, de usar os sapatos de salto dela, de correr pelo quintal cheio de grama e árvores, de quase colocar fogo na garagem, fazer enterro simbólico do cachorro, enfim, de curtir muito a minha criancice sem limite junto com as minhas irmãs. Como era bom! Além de 'aprontar', aprendemos a costurar e a fazer tricô e crochê. Bons tempos... Olhei pra Juju e vi um filminho passar... Deu uma vontade enorme de deitar com a cabeça no colo dela e curtir o cafuné que ela sempre fez tão bem. Não deu tempo de curtir isso, mas a gente tomou café juntas e assistiu ao jogo do Brasil; torcemos, ficamos nervosas e tomamos água com açúcar juntas para aliviar a tensão da disputa dos pênaltis. Amo muito a minha vó. Sinto muito a falta dela. Ao ir embora, fiquei observando ela fazer o que sempre fez: acenou em pé junto ao portão até o carro sumir na esquina.

Um comentário:

  1. Olá minha querida Bia!!

    Linda dissertação sobre as suas avós, em especial à Vó Nina (minha amada mãe). Me emocionei ao ler suas lembranças tão bem expostas com tanto carinho, pois é muito bom saber que ficaram belas recordações DAQUELA que sempre foi (e sempre será) um exemplo de dedicação, amor e mãe.
    Continue sempre assim...com essa sensiblidade tão plena.
    Beijos no seu lindo coração!!
    Te amoooooo!!!
    Tia LÚ.

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