terça-feira, 5 de agosto de 2008

De repente 30

Faz alguns dias, brigava por ir às festas no horário em que deveria estar voltando. Há bem pouco tempo, fantasiava meu primeiro beijo, com aqueles vários primeiros amores (e o primeiro foi num simpático desconhecido). Ainda ontem, fui morar fora de casa, sem saber cozinhar ou lavar. Sim, foi tudo de repente. E hoje tenho trinta anos. E? Sei lá. São tantos os comentários e cobranças que vêm com esta idade. E eu continuo sem saber, sem entender a importância. Nunca fui dada a seguir padrões, sempre quis questionar as regras, sempre quis saber os porquês. Isto eu continuo sem entender; não entendo a importância. A rapidez relativa da vida já me trouxe até aqui, resultando neste emaranhado de acontecimentos que definem o que sou hoje. Por acaso, no hoje tenho trinta. E não me sinto nem jovem, nem velha, nem tola, nem sábia; apenas me sinto. Sou a minha memória do que já vivi até aqui, até hoje. Coleciono em mim as várias Biancas obsoletas que, armazenadas, formam esse museu de acervo inconstante que sou. Nem tola, nem sábia, mas algo no meio. Nem preta, nem Bianca, mas algum tom de cinza: cinza-trinta.

3 comentários:

  1. Amei seu texto! Cara, enquanto você morava aqui a gente raramente conversava no CNA. Eu tinha certeza de que você é da melhor qualidade porque é amiga da minha querida Tatinha. Saber que você tem várias idéias parecidas com as minhas é MUITO bom, pois sei que não sou o único e que algumas coisas fazem mesmo sentido, quando bem expressas (tal como você fez). Te desejo sucesso! Grande beijo, Bianca!

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  2. É, os 30... Também me senti compelido a fazer uma postagem nos meus 30 anos (que só vão durar até o fim do mês que vem).
    Adorei seu texto, também compartilho muito das suas idéias/sentimentos/sensações, agora então, mais do que nunca...
    Beijão, linda. Espero agora pelo post dos 40, 50, 60, ...

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