quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre o "para sempre"

Alguém deixou um comentário num dos meus posts e, para respondê-lo, parei para pensar um pouco mais sobre essa história de relação à dois, amor, coisa e tal. Decidi, além de produzir um comentário, desenvolver um pouco mais a ideia...

Eu vou me casar. Sim, eu não pensei que esse dia fosse chegar e confesso que ainda fico com a sensação de que não acredito que isso está acontecendo na minha vida, toda a coisa de planejar cerimônia e festa, escolher vestido, decidir os presentes. Às vezes vem a impressão de que alguma coisa vai dar errado e nada vai acontecer pra valer. Acho que é por isso que não havia falado disso por aqui no blog até agora: o medo de fazer publicidade de uma coisa que não vai acontecer. Esse é um fantasma que eu estava carregando. Aliás, esse é um fantasma que continuo carregando... Percebi isso quando fui provar meu vestido pela primeira vez ontem.

A verdade é que não pensei que fosse me casar. Achava que, assim como tudo na vida, algumas pessoas fossem fazer isso e outras não, assim como algumas vão fazer pós-graduação e outras não. Já tinha desistido da ideia. E sabe por que? Porque não acredito que as pessoas devam se casar pelos motivos errados. E isso é o que eu mais vejo por aí. E sempre pensei: assim eu não quero. Não quero dividir minha vida e meus planos com alguém por dinheiro, porque o cara é lindo, por uma oportunidade de morar no exterior, ou porque não quero morrer solteira.

Outra coisa que comecei a perceber ao longo da minha vida foi que as pessoas idealizam demais. Elas se agarram aos seus sonhos e ficam tentando colocar outras pessoas neles. E, a partir daí, tá valendo tudo. A garota acha que o cara vai se casar com ela porque o beijo deles foi incrível, o cara acha que a garota vai abrir mão dos amigos porque ele é "o cara", a menina acha que o garoto vai parar de sair com os amigos depois de se casar com ela, o garoto pensa que a garota vai se converter à religião dele e não vai mais beber aos domingos. Poderia fazer uma lista imensa dos absurdos que eu já assisti ou já ouvi falar a respeito. No final, o resultado é sempre o mesmo: seres humanos esperando a fantasia e não vivendo a realidade.

Acredito, ainda, que o pior disso tudo é o rótulo. Todos dizem que amam. E não percebem que amam aquilo que idealizaram, não aquilo que é real, que é humano. É fácil amar aquilo que você sonhou e inventou. Carreguei muitos príncipes comigo e muitos deles não mereciam o título. Ou não queriam. Confesso que já idealizei muito, já criei muitas expectativas, e acabei não enxergando o que estava bem diante dos meus olhos. Talvez, por isso, alguns dos meus relacionamentos duraram muito mais tempo do que deveriam.

Aos poucos, comecei a buscar mais seres humanos do que super-heróis. Posso dizer que larguei as idealizações. Penso, hoje, que isso é fundamental para construir a tal relação que vai seguir por muito tempo. É por isso também que decidi casar somente agora; não havia encontrado uma pessoa que entendesse a minha humanidade, que me amasse pelo que sou, não pela possibilidade, e que eu amasse em retorno.

E foi num dia frio, enquanto estava sozinha no meu apartamento em Londres, que recebi esta mensagem:

"Apaixonar-se é projetar o que há de melhor do ser de uma pessoa sobre outro ser humano, é ver a sua própria imagem de divindade no outro. Por isso não sou apaixonado por você Little Bi, eu vejo a divindade que há em você e é por isso que eu te amo, pelo que você é."


E, naquele dia, percebi tive a confirmação de que já tinha encontrado a pessoa com quem queria dividir a minha vida e os meus planos (suspiros). O percurso até aqui não foi tranquilo. Nem tem que ser. Afinal de contas, não há rede de proteção para esse trapézio. Nem há rascunho. Há apenas a vontade de fazer o melhor.


"Que seja eterno enquanto dure." Amém.


3 comentários:

  1. bom saber, Danielle! =)
    volte sempre!

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  2. Vou parar de dizer que tu és foda.. tome isso para o restante das postagens. Quando eu discordar, falo! hahahahahahaha

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