quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Museu-sonho-da-mãe

Finalmente explorei um pouco mais o cerrado: conheci a cidade de Pirenópolis / GO. Enquanto passeava por lá, visitei o Museu da Cavalhada, uma casa simples, administrada por uma senhora já nos seus quase sessenta anos, que literalmente 'se vira' sozinha. O museu é uma espécie de legado que foi deixado pra ela pela falecida mãe. Dia após dia, ela tenta manter vivo o museu-sonho da mãe (ou 'filho-da-mãe', hehehe!), num esforço crescente que passa por falta de mão-de-obra, falta de espaço, falta de dinheiro. Mas ela permanece ali... Atendendo todos os dias, sozinha, os visitantes que lá aparecem, pedindo apenas a quantia de R$ 2,00 para manter o local. E ultimamente ela tem mais um obstáculo: está tendo que enfrentar aquela tecnophobia que deixa aflitos os seres humanos que nasceram antes da década de 40... Ela tem que aprender a usar um computador! E tudo vale a pena!
Aquela história me fez pensar em compromisso. Penso que comprometer-se está intimamente ligado a sacrifício e esforço, duas coisas que observei por lá, além do acervo. Ao agarrar o compromisso, faz-se a opção por trilhar um caminho que vai se estreitando, ficando pedregoso, difícil de administrar. Os obstáculos ficam cada vez maiores e a energia que se gasta para transpô-los, maior. Dizendo isso, não quero que pensem que sou contra compromissos, não. Sou contra os compromissos irracionais. Sim, porque se você vai se sacrificar e se esforçar, o compromisso deve, pelo menos, trazer o equilíbrio para este esquema. O sacrifício e o esforço em vão, penso eu, destroem uma vida. Será que escolhemos bem os nossos compromissos? Tanto gasto de energia tem que ser compensado. Isto pode estar soando egoísta, eu sei... Mas os comissários de bordo nos ensinam a primeiro colocar a máscara de oxigênio na gente, para depois auxiliarmos outras pessoas...

5 comentários:

  1. :) e sobre o que era o museu?

    creio que mesmo altruísmo puro é difícil de achar. há sempre algo em troca, nem que seja o desejo de ser visto como alguém generoso.

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  2. O museu era sobre a Cavalhada. Já ouviu falar? É uma representação ao ar livre da batalha entre cristãos e mouros. Pirenópolis possui a Cavalhada mais conhecida e tradicional. A representação dura três dias e inicia na festa de Pentecostes / do Divino, quarenta dias após a Páscoa. O acervo do museu é composto por itens relacionados à Cavalhada: vestimentas, objetos, máscaras, fotos, prêmios.
    Concordo com você, Nat.
    E mais: não quis criticar a 'dona' do museu; muito pelo contrário: o empenho dela me impressionou de maneira positiva.

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  3. Não estou conseguindo encontrar as palavras pra explicar o que sinto lendo esse texto. Mas, lembrei de uma frase do trailer do Senhor dos Anéis (o filme pode não ser cult, mas nem ligo) que é assim: "Não existe vitória sem sacrifício. Não existe triunfo sem perdas". Adaptando a frase para a situação do texto, acho que podemos dizer que, em um compromisso deve existir doação. Temos que abrir mão de certos detalhes individuais para que o coletivo (no caso o casal) prevaleça. Um relacionamento não pode dar certo se cada um quiser que sua vontade prevaleça. E se você não está disposto(a) a ceder, a fazer sacrifícios, é melhor nem entrar no jogo.

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  4. Bem, Marcelo, eu adoro Senhor dos Anéis! Não só essa frase, mais muitas outras são inspiradoras.
    Quando falei de compromisso, não quis ser específica dessa maneira; estava sendo mais generalizadora. Mas concordo que doações têm que existir para que um casal prevaleça. E têm que surgir das duas partes. Aliás, penso que para fazer um relacionamento a dois dar certo, a gente tem que ser empreendedor: pensar no que está apostando, avaliar os ganhos e as perdas, calcular os lucros. Não só pra si; para os dois.

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  5. QUE MULHER CHIQUE VC..ADOREI...BEIJOS..ESPERO TE CONHECER EM BREVE.. EMERSON

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